Para entender o que é a criptorquidia, é preciso saber que os testículos são formados dentro do abdome do bebê durante a gestação e, por volta da 35a semana, descem por um “canal” (canal inguinal) que sai da barriga, passa pela virilha até chegar ao “saquinho” (escroto ou bolsa testicular), de forma que, a maior parte dos meninos tem seus testículos posicionados no escroto ao nascimento. Porém, em alguns pacientes, este processo natural não ocorre. Nestes casos, o testículo pode estar localizado dentro da cavidade abdominal (testículo impalpável), na região inguinal (criptorquidia) ou em uma posição totalmente diferente (ectopia).
Existem casos em que o testículo não foi formado (mornorquia/anorquia) ou, quando foi, sofreu uma torção ainda dentro do útero materno.
Quando um ou ambos os testículos não se encontram no escroto, a cirurgia faz-se necessária e deve ocorrer preferencialmente entre 6 e 12 meses de idade, já que a criptorquidia está associada a infertilidade e malignidade. Esta correção pode ser feita de forma convencional, quando o testículo for palpável, ou por videolaparoscopia, quando o testículo não for palpável.
É importante que os pais saibam que, em algumas situações, os testículos podem se movimentar constantemente entre o escroto e a virilha por causa da ação do músculo cremáster e são denominados retráteis. Neste caso, a cirurgia não está indicada, sendo necessário apenas acompanhamento.